É sempre muito comum a gente ter o que contar das experiências negativas com os serviços públicos. Cada insatisfação ou percepção de serviço mal prestado vira assunto nas conversas de esquina e rodinhas nas filas de espera. Desta vez eu vejo por outro ângulo e venho relatar uma série de experiências positivas que venho tendo em relação ao SUS – Itapira.
Há pontos que se poderia criticar no Sistema Único de Saúde? Sim, certamente. O que busco retratar aqui é que, uma vez instituídas regras para o bom funcionamento das Unidades Básicas e Familiares de Saúde, elas devem ser cumpridas, ainda que questionadas. Por exemplo, é preciso ir à Unidade Básica de Saúde a que você pertence (por endereço de moradia) logo no primeiro dia da semana para poder agendar uma consulta. Entendi que não se trata de burocracia, apenas faz parte de uma organização para atendimento mais eficaz e completo. Afinal, para emergências existe o Pronto Socorro do Hospital Municipal, que aliás, compartilhando a experiência de uma amiga, parece estar funcionando bem. Ela relatou ter acordado com muita tosse e dor no peito e se dirigido ao hospital; e que duas horas depois, já tinha passado por consulta, feito um exame de Raio-X e retornado ao médico, que prescreveu medicação e lhe deu as devidas orientações. Ou seja, relatou que o sistema estava funcionando bem.
Voltando à minha experiência… a consulta agendada foi realizada após espera de 40 minutos. Comparando com o tempo de espera em minhas últimas consultas particulares, é o mesmo ou até menor. A doutora que me atendeu fez um teste na hora, para descartar uma hipótese de enfermidade. Depois solicitou exames, prescreveu um determinado tipo de vitamina e encaminhou-me a outra especialista, pois observou algo em minha pele que achou precisar de alguma investigação. Em 15 dias eu retornei com o resultado dos exames e desta vez fui atendida por um médico, que me encaminhou a dois outros especialistas (um deles me atendeu no dia seguinte, quando prescreveu medicação apropriada e o outro, aguardo consulta em atendimento estadual). Ainda dentro da quinzena passei também pela dermatologista, que me orientou e encaminhou a uma microcirurgia, que será feita em um ambulatório médico de especialidades na região. Diferentemente das experiências anteriores com o sistema público de saúde, tudo pareceu fluir e funcionar bem.
Nessas idas à UBS e ao Cais, foi possível ainda observar banheiros limpos, bebedouro e ventilador nas salas de espera e de consulta. Percebi que está havendo dignidade, que as pessoas importam nesse ambiente. Assim, o sistema público de saúde local me surpreendeu tão positivamente que me motiva a cumprimentar oficialmente a gestão e as equipes de trabalho envolvidas no funcionamento da Secretaria da Saúde. Não tendo acompanhado os últimos gestores, eu não saberia dizer se têm ocorrido (ou desde quando?) treinamentos do pessoal ou estabelecimento de novos critérios que justifiquem a agilidade e a eficácia do serviço prestado. Parabéns a cada um dos profissionais da saúde que veste a camisa para atender o povo com dignidade. A vocês eu ofereço meu abraço, com respeito e gratidão.
Que minhas palavras sirvam de estímulo para olharmos para o SUS como o serviço essencial que é, e que não pode jamais ser retaliado ou a saúde privatizada. Ao contrário, que possa atender a cada vez mais pessoas, a partir da gestão responsável e eficiente do dinheiro oriundo dos impostos pagos por toda a população, nas três esferas do governo, municipal, estadual e federal.
Pela saúde da população, salve o SUS!